Avaí quita salário de um mês, mas jogadores protestam por atrasos

Postado por Simão Rodrigues em outubro 9, 2025 AT 19:47 10 Comentários

Avaí quita salário de um mês, mas jogadores protestam por atrasos

Quando Avaí Futebol Clube anunciou, na manhã de 2 de outubro de 2025, o pagamento de um mês de salários aos atletas profissionais e ao staff administrativo, o clima no clube já estava tenso. O diretor executivo Lucas Pedrozo confirmou o depósito em comunicado oficial, mas reconheceu que ainda restam dívidas referentes a um mês de CLT, quatro meses de direitos de imagem e a premiação do Campeonato Catarinense 2025, todas com vencimento em 25 de outubro.

Contexto financeiro do Avaí

O problema de fluxo de caixa não é novidade. Desde o início de 2025, o clube tem lutado para equilibrar receitas de patrocínio, bilheteria e a cota da Liga. O presidente Júlio Heerdt, em entrevista exclusiva à CBN Floripa, explicou que o orçamento foi revisado em 30%, priorizando três áreas: pagamento de dívidas (incluindo a Recuperação Judicial), melhorias na Ressacada e a montagem do grupo de atletas. Apesar das medidas, a falta de recursos imediatos fez com que a folha salarial ficasse “na ponta dos dedos”.

Desdobramentos da greve dos jogadores

O ponto de ruptura aconteceu em 21 de outubro, quando o elenco profissional abandonou o treinamento no Centro de Treinamento da Ressacada, em Florianópolis. Fontes próximas ao plantel relataram que a decisão foi um recado direto à diretoria: três meses de salários atrasados e a ameaça de rescisão unilateral, prevista na Lei Geral do Esporte se os direitos de imagem acumularem três meses de inadimplência.

O técnico Jair Ventura, de 46 anos, tentou acalmar a situação antes da partida contra o Amazonas em 25 de outubro, dizendo à ESPN: "É um momento bem delicado, hoje bate três meses de salários atrasados, mas temos uma responsabilidade muito grande dentro de campo...". Ventura ressaltou que o time precisava encarar a partida como uma final para manter viva a esperança de chegar ao G-4 da Série B.

Na Série B 2025, o Avaí ocupa a nona colocação com 33 pontos, a três gols do quarto colocado Criciúma, que ainda tem um jogo a menos. A diferença pode parecer pequena, mas a falta de motivação financeira já começou a refletir nos resultados.

Impacto no futebol feminino: o caso Avaí/Kindermann

Impacto no futebol feminino: o caso Avaí/Kindermann

Se a situação do elenco masculino já gera manchetes, a realidade da equipe feminina é ainda mais crítica. O salários atrasados das jogadoras chegam a três meses, enquanto a comissão técnica, funcionários e fornecedores esperam até seis meses de pagamento. Mesmo com a campanha invicta no Campeonato Catarinense Feminino de 2025 – seis vitórias, 46 gols marcados e nenhum sofrido – a falta de recursos ameaça o desempenho futuro.

A meia Brendha Patrícia, em nota oficial, exigiu que o clube definisse prazos claros para a quitação. Até o momento, o Avaí Futebol Clube não respondeu às solicitações da imprensa.

Próximos compromissos e a pressão sobre a diretoria

  • 3 de outubro – CRB x Avaí no Estádio Rei Pelé, Maceió (30ª rodada da Série B).
  • 7 de outubro – Barra FC x Avaí na Arena Barra FC, Campeonato Catarinense.
  • 8 de outubro – Avaí x Volta Redonda na Ressacada (Série B).
  • 12 de outubro – Avaí x Figueirense na Ressacada (Campeonato Catarinense).

Com a próxima folha salarial prevista para 7 de outubro, o relógio está correndo. A diretoria ainda não divulgou um cronograma de pagamentos, o que mantém jogadores, técnicos e torcedores em estado de alerta.

Perspectivas e próximos passos

Perspectivas e próximos passos

O presidente Heerdt prometeu encerrar seu mandato em dezembro sem dívidas salariais pendentes. Para isso, ele está negociando um aporte emergencial com investidores locais e buscando alternativas de comercialização de ativos, como a venda de jogadores que não são essenciais ao plano de metas.

Especialistas em gestão esportiva alertam que, se o Avaí não regularizar os pagamentos até o prazo final de 25 de outubro, corre alto risco de processos trabalhistas em massa e até de intervenção da CBF. O caso do ex‑jogador Mendes, que ajuizou ação contra o clube após sair em julho, pode abrir precedentes para outros atletas, inclusive os da equipe feminina.

Perguntas Frequentes

Qual o risco de rescisão unilateral dos contratos dos jogadores?

Se os direitos de imagem permanecerem atrasados por três meses, a Lei Geral do Esporte permite que o atleta peça rescisão unilateral e receba indenização. No caso do Avaí, o atraso já ultrapassa esse limite, gerando alerta nos movimentos sindicais.

Como a crise financeira afeta a performance em campo?

A falta de pagamento reduz a motivação e pode levar a quedas de rendimento físico e mental. Técnicos relatam que jogadores distraídos tendem a cometer erros decisivos, o que já se refletiu em alguns jogos da Série B.

O que a diretoria pode fazer para evitar novos atrasos?

Além do aporte emergencial, há necessidade de renegociar contratos de patrocínio, cortar custos operacionais e implementar um plano de gerenciamento de caixa mais rígido. A venda de jogadores de maior valor de mercado também pode gerar receita rápida.

Como a situação do Avaí/Kindermann pode impactar o futebol feminino em Santa Catarina?

O atraso prolongado pode desmotivar jogadoras e técnicos, prejudicando a competitividade do time e desincentivando patrocinadores. Caso a crise se prolongue, outras equipes do estado podem enfrentar dificuldades semelhantes ao buscar apoio financeiro.

Qual a expectativa de torcedores para o próximo jogo contra o CRB?

A torcida está dividida: há quem espere um desempenho heroico como forma de protesto, enquanto outros temem que a falta de pagamento comprometa a consistência tática. Em geral, o clima nas arquibancadas deve ser de apoio, mas com muita ansiedade.

Shirlei Cruz

Shirlei Cruz

Entendo a gravidade da situação descrita no Avaí e reconheço o esforço da diretoria ao quitar parte dos salários. Ainda assim, a inadimplência remanescente gera insegurança tanto para atletas quanto para o staff. É fundamental que haja transparência nas próximas etapas de pagamento. A falta de comunicação clara pode piorar ainda mais o clima já tenso no clube.

On outubro 9, 2025 AT 19:47
Raif Arantes

Raif Arantes

Essa "ajuda" de um mês é só fachada, tem gente dizendo que o clube tem acordos secretos com investidores obscuros. Enquanto a diretoria fala de aporte emergencial, parece que estão negociando favores nos bastidores. Não é à toa que a galera sente que está sendo manipulada, e os jogadores já estão prontos pra fechar o ponto.

On outubro 14, 2025 AT 14:59
Sandra Regina Alves Teixeira

Sandra Regina Alves Teixeira

É preciso que a torcida se una e mostre que não aceita esse descaso. Se a diretoria perceber que a massa está apoiando os atletas, talvez haja mais pressa na quitação dos salários. O espírito de equipe deve ficar acima de tudo, mas não podemos ficar calados diante de injustiças.

On outubro 19, 2025 AT 10:11
Maria Daiane

Maria Daiane

Concordo plenamente com a necessidade de união; entretanto, é crucial analisar o panorama financeiro mais amplo. Quando observamos a estrutura de patrocínios e a burocracia envolvendo a Liga, percebemos que há gargalos estruturais que precisam ser abordados. As soluções de curto prazo não bastam; precisamos de reformas sistêmicas para garantir a saúde econômica do clube.

On outubro 24, 2025 AT 05:23
Camila Alcantara

Camila Alcantara

É inadmissível que o futebol feminino seja tratado como segunda opção.

On outubro 29, 2025 AT 00:35
Lucas Lima

Lucas Lima

É realmente lamentável observar a disparidade no tratamento das equipes, pois o sucesso da categoria feminina demonstra que o investimento e a valorização são mais do que necessários; o fato de que as jogadoras do Avaí/Kindermann mantêm uma campanha invicta, com seis vitórias, 46 gols marcados e nenhum sofrido, evidencia não apenas a qualidade técnica, mas também a dedicação e o profissionalismo que esses atletas entregam em campo, enquanto ao mesmo tempo enfrentam atrasos de até seis meses nos pagamentos, gerando um cenário de instabilidade que pode comprometer tanto a motivação quanto a performance futura; portanto, fica claro que o clube precisa repensar sua alocação de recursos, priorizando a equidade de remuneração e garantindo que nenhum grupo seja deixado à margem, sob pena de perder talentos valiosos e comprometer a reputação institucional.

On novembro 2, 2025 AT 19:47
Williane Mendes

Williane Mendes

Ao analisar a conjuntura atual do Avaí, percebemos que as questões financeiras transcendem meros números contábeis e adentram o território da identidade cultural do clube; a crise de pagamentos, que afeta tanto o elenco masculino quanto a invencível equipe feminina, reflete uma lacuna profunda entre a retórica institucional – que prega a inclusão e o desenvolvimento esportivo – e a prática cotidiana de gestão de recursos, onde os salários, os direitos de imagem e as premiações são postergados sob a justificativa de "revisão orçamentária";
Essa dicotomia cria um clima de desconfiança que se infiltra nas arquibancadas, nos vestiários e nas negociações de patrocínio, transformando uma suposta "revisão de 30%" em um discurso de austeridade que coloca em risco a moral dos atletas.
Além disso, as implicações jurídicas previstas na Lei Geral do Esporte, especialmente a possibilidade de rescisão unilateral após três meses de inadimplência nos direitos de imagem, aumentam a vulnerabilidade dos jogadores, que podem instalar processos massivos e atrair a intervenção da CBF.
O risco de perder talentos para concorrentes que ofereçam estabilidade financeira se torna cada vez mais real, e a pressão sobre a diretoria se intensifica, pois a venda de ativos – como jogadores que não são essenciais ao plano de metas – pode gerar receita imediata, mas também compromete a competitividade a longo prazo.
Por outro lado, a negociação de aportes emergenciais com investidores locais, embora pareça uma solução rápida, requer vigilância para evitar a diluição do controle acionário e garantir que os recursos sejam direcionados exclusivamente à regularização das dívidas.
É imprescindível que a diretoria adote um plano de transparência, comunicando prazos claros e estratégias de captação de recursos, pois a ausência de informações alimenta teorias conspiratórias e alimenta a desconfiança entre torcedores, jogadores e patrocinadores.
Em síntese, a crise do Avaí ilustra como a falta de governança financeira consciente pode desestabilizar não só o desempenho esportivo, mas também a própria reputação institucional, exigindo medidas corretivas que integrem responsabilidade fiscal, comunicação transparente e compromisso com a justiça salarial em todas as categorias.

On novembro 7, 2025 AT 14:59
Cris Vieira

Cris Vieira

Os detalhes apontam que a falta de pagamentos tem efeito direto no moral da equipe e nos resultados em campo, fato que confirma a necessidade de ação rápida.

On novembro 12, 2025 AT 10:11
Thabata Cavalcante

Thabata Cavalcante

Contra tudo que dizem, talvez o clube consiga se reerguer sem tanta pressa.

On novembro 17, 2025 AT 05:23
Carlos Homero Cabral

Carlos Homero Cabral

Vamos acreditar que vai dar certo!!! 💪😀 O apoio da torcida pode ser o impulso que a diretoria precisa para agilizar os pagamentos.

On novembro 22, 2025 AT 00:35