GE TV estreia com Brasil x Chile no Maracanã e promete revolução no esporte digital

A estreia da GE TV não foi apenas um lançamento de canal — foi um sinal de que o consumo de esporte no Brasil mudou para sempre. Na quinta-feira, 4 de setembro de 2025, às 19h30 (horário de Brasília), o novo canal da Globo foi ao ar com o clássico das Eliminatórias Sul-Americanas: Brasil x Chile no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. O jogo, que terminou em vitória por 3 a 0 da Seleção Brasileira, não tinha mais valor tático — o Brasil já estava classificado para a Copa do Mundo de 2026 com 25 pontos — mas foi um marco simbólico. Foi o primeiro jogo da nova era: sem publicidade tradicional, sem pausas forçadas, sem o peso do horário nobre. Só esporte, puro e em tempo real, com a voz de Jorge Iggor e os comentários de Bruno Formiga e Luana Maluf. A chegada da GE TV não veio de um dia para o outro. Ela substitui o extinto GE Fast, que já era um canal digital comunitário, mas sem a estrutura nem a visão de escala que a Globo agora investe. O novo canal opera 24 horas por dia, com conteúdo ao vivo, resumos, mesacasts, entrevistas e até reprises de jogos históricos. O que impressiona é a multiplicidade de plataformas: disponível no YouTube, no Globoplay, no site ge.globo, no TikTok, e ainda nos canais 536 da Claro, 534 da Vivo, 159 da Oi e via app da Samsung. Isso não é apenas cobertura — é presença. O torcedor não precisa escolher entre TV aberta e streaming. Ele pode assistir onde quiser, quando quiser.

Um novo modelo de transmissão esportiva

A GE TV não quer apenas transmitir jogos. Ela quer transformar a experiência do torcedor. Na estreia, o pré-jogo começou às 19h30, com Fred Bruno e Mariana Spinelli conduzindo um programa que misturava dados estatísticos, depoimentos de ex-jogadores e interação ao vivo com os espectadores. Nas redes sociais, os fãs puderam votar em qual lance queriam ver em slow motion, ou qual jogador merecia mais destaque nos comentários. Isso não é inovação técnica — é inovação de relação. A TV tradicional tratava o torcedor como espectador. A GE TV trata como participante. O canal já tem um calendário apertado: 16 jogos do Campeonato Brasileiro Série A entre setembro e dezembro de 2025, além da Copa Libertadores da América, a Copa do Brasil, a Supercopa do Brasil, e as seleções brasileiras masculina e feminina. Mas o que surpreende é a diversidade: além do futebol, a GE TV transmite a National Football League (NFL), a Liga das Nações de Vôlei, a World Surf League (WSL) e o Street League Skateboarding (SLS). Isso não é só expansão — é reconhecimento. O esporte brasileiro não é só futebol. E a GE TV parece ter entendido isso.

Carlo Ancelotti e o futuro da Seleção

O técnico italiano Carlo Ancelotti, que assumiu a Seleção Brasileira em julho, está no centro de tudo isso. Sua estreia foi no Maracanã, contra o Chile. E sua próxima missão será ainda mais mediática: o amistoso contra a Coreia do Sul, em 10 de outubro de 2025, no Estádio da Copa do Mundo em Seul. A partida será transmitida simultaneamente pela TV Globo, SporTV e GE TV — um sinal claro de que a nova plataforma já é considerada tão relevante quanto os canais tradicionais. O jogo contra o Japão, em 14 de outubro, no Estádio Nacional de Tóquio, será outro teste. O Brasil nunca perdeu para o Japão em jogos oficiais, e a última vitória, em 6 de junho de 2022, veio com gol de Neymar. Mas o time atual é outro. Jovem, sem estrelas consolidadas, e com Ancelotti tentando construir um estilo mais tático, menos dependente de individualidades.

Quem ganha com isso?

O torcedor, claro. Mas também os patrocinadores. A GE TV não tem comerciais tradicionais. Em vez disso, integra marcas diretamente na narrativa: banners digitais interativos, produtos em cena, até camisetas de treino com logos que mudam conforme o jogo. Isso é mais eficiente, mais sutil — e, segundo fontes da Globo, mais rentável. Além disso, a plataforma coleta dados em tempo real: quais jogos mais assistidos, em quais horários, por quais faixas etárias. Isso permite personalizar a programação, algo que a TV linear nunca conseguiu. O que ninguém sabe ainda é se a GE TV vai conseguir manter essa energia após a Copa do Mundo. Canais esportivos digitais já nasceram com grande alarde e morreram em silêncio. Mas esta tem algo diferente: não é um canal de retransmissão. É um canal de experiência. E o Brasil, que vive o esporte como religião, parece estar disposto a acompanhá-lo.

As próximas etapas

A GE TV já anunciou que, em 2026, expandirá sua cobertura para os Jogos Olímpicos de Paris. Também está em negociação para transmitir jogos da Copa América e da Copa do Mundo Feminina. O plano é ter, até o fim do ano, 300 horas de conteúdo ao vivo por mês. E, mais importante: não cobrar nada. Nenhuma assinatura. Nenhum pay-per-view. Tudo de graça. Isso é ousado. E talvez, por isso, funcione.