Sucesso na América, frustração no mundo
Quem acompanha futebol no Brasil percebe que as discussões não giram só em torno de gols ou esquemas táticos. Nos últimos anos, Palmeiras e Flamengo colecionaram títulos da Copa Libertadores e dominaram o futebol sul-americano. Porém, sempre que o assunto é Mundial de Clubes da FIFA, aparece o mesmo incômodo: ambos tropeçaram no principal palco global, alimentando a tal "maldição do Mundial".
Basta um deslize para a zoeira rival endurecer. Corinthians, São Paulo e Santos não perdem a chance de lembrar suas conquistas planetárias, enquanto Palmeiras e Flamengo enfrentam a pressão de justificar o status que conquistaram na América. O Palmeiras, sob o comando de Abel Ferreira, somou glórias nacionais e sul-americanas, mas perdeu a final do Mundial para o Chelsea em 2021. Agora, a expectativa fica ainda maior para a edição de 2025 — que será a terceira tentativa em apenas cinco anos de quebrar esse tabu.

Aumenta a pressão sobre os favoritos
A cobrança não é pequena. Os próprios treinadores, como Abel, reconhecem que as chances de levantar o troféu do Mundial são pequenas diante de gigantes europeus e surpresas de outras regiões. O Palmeiras terá logo na fase de grupos adversários como Inter Miami (time de Messi), Porto e Al Ahly, conhecidíssimos por esportistas atentos. Abel chegou a dizer, sem rodeios, que suas chances giram em torno de 10%.
O Flamengo também sente o peso da cobrança. Após viver um ciclo de ouro na Libertadores, com vitórias arrasadoras em 2019 e 2022, o clube carioca ficou no quase quando o troféu mundial estava ao alcance. A torcida quer a taça que falta, e a rivalidade interna não deixa ninguém esquecer o jejum no torneio global. O futebol, afinal, é tanto sobre o presente quanto sobre a memória — e as piadas dos rivais ecoam a cada nova eliminação ou vice-campeonato.
Porém, a atmosfera do Mundial de 2025 traz um elemento novo: a juventude promissora de atletas como Estêvão, do Palmeiras, visto como potencial protagonista em competições internacionais. Esses jovens carregam um fardo histórico, mas também simbolizam renovação e esperança. Eles sabem da responsabilidade e, ao mesmo tempo, tentam transformar pressão em motivação.
A expectativa não é só por bons resultados, mas por um feito capaz de virar a página dessa narrativa incômoda. Todo torcedor verde ou rubro-negro sente que já passou da hora de o Mundial ser motivo de orgulho, não de piada rival. Mesmo com desafios enormes no caminho, a obsessão segue viva e, até a bola rolar, ninguém vai deixar o assunto esfriar.