Acusações no ar, processo fora do jogo e clima tenso na reta final
Explodiu de vez. O Power Couple Brasil 7 virou palco de um embate que saiu do entretenimento e foi para a esfera jurídica. No centro, Rayanne Morais e Victor Pecoraro, que negam ter vivido um caso enquanto ele ainda era casado. O assunto apertou o passo após participantes do reality citarem, no ar, que Rayanne teria sido amante do ator, o que teria levado ao fim do casamento dele com Renata, mãe de suas filhas.
O estopim veio quando Emilyn Marçal, Everton Neguinho e Giovanna Menezes acusaram Rayanne de ter se envolvido com Victor antes da separação oficial. Giovanna foi direta: “Não bastou destruir um casamento, você quis destruir o meu também”. A fala incendiou o jogo e as redes. Dentro da casa, houve bate-boca, dedo em riste e promessa de desdobramentos fora da TV.
Rayanne rompeu o silêncio e avisou que vai à Justiça. “Queriam falar? Agora vão responder no tribunal. As pessoas precisam de regra e limite”, disse ela ao marido durante o programa. Victor endossou a decisão e tratou as acusações como ofensivas e sem lastro.
Em entrevista recente ao Link Podcast, Pecoraro cravou que não houve traição ao longo dos 13 anos de casamento. “Nunca traí minha esposa. Por que faria isso? No oitavo mês de casado a gente já estava se separando, ela estava grávida”, relatou, ao explicar que a relação passou por crises antigas e que o namoro com Rayanne teria começado após o término.
Rayanne também se posicionou. Segundo ela, evitou falar no início porque “não era sobre mim”, e que só assumiu a defesa pública depois de, segundo sua versão, sofrer ataques e acusações da ex-mulher de Victor. “Eu era apenas a namorada dele após o fim do casamento. Essa história se arrastou e precisei me pronunciar”, disse.
Renata, ex-esposa de Pecoraro, sustenta a versão oposta: afirma que o relacionamento entre os dois aconteceu enquanto ela ainda era casada com o ator. Na leitura dela, a união de 13 anos terminou por traição. É a palavra de um lado contra a do outro, agora sob o crivo judicial.
A defesa de Rayanne e Victor divulgou nota dura, chamando as falas no reality de “mentiras e distorções, sem qualquer base, com claro objetivo de atacar imagem e honra”. O comunicado diz que os responsáveis responderão civil e criminalmente. Traduzindo: a estratégia é enquadrar as declarações como ofensas contra a honra e buscar reparação.
Na prática, esse tipo de disputa costuma caminhar por dois trilhos. No cível, pedidos de indenização por danos morais e direito de resposta. No criminal, possíveis queixas por injúria, difamação ou calúnia. No Brasil, calúnia é acusar alguém de crime sem provas; difamação é atribuir fato ofensivo à reputação; injúria é ofensa à dignidade. Em reality shows, o conteúdo vai ao ar, e a responsabilidade pode ser compartilhada por quem falou — e não raro vira matéria para advogados quando há nomes, fatos e contexto público.
Para a produção do programa, a encrenca é dupla: manter o entretenimento e gerenciar risco jurídico. Falas fortes rendem audiência, mas também avisos extrajudiciais, pedidos de direito de resposta e, às vezes, cortes na edição. A emissora não se manifestou oficialmente sobre o caso até agora, e a tendência é tratar o tema com pinças enquanto a Justiça não anda.
O que se sabe, a disputa de versões e o que pode acontecer
Alguns pontos estão firmes, outros seguem nebulosos. O que está público:
- Participantes do Power Couple 7 acusaram Rayanne de ter sido amante de Victor quando ele ainda era casado.
- Rayanne e Victor negam traição e dizem que começaram a namorar após o fim do casamento dele.
- Renata, ex de Victor, afirma que o caso começou antes da separação.
- O casal anunciou medidas judiciais contra quem os acusou no programa.
- A equipe jurídica classifica as falas como mentirosas e danosas à imagem dos dois.
O que ainda levanta questionamentos? A linha do tempo. É disso que o público corre atrás: fotos antigas, entrevistas passadas, datas de término, início de namoro, posts em redes, aparições públicas. Sem documentos ou decisões, a discussão fica no terreno da narrativa. E narrativas, em TV aberta e redes sociais, têm vida própria.
O ponto mais sensível é o impacto na reputação. No mercado de entretenimento, acusações de traição mexem com contratos, convites e campanhas. Celebridades costumam reagir rápido nesses casos, com notas oficiais e ações judiciais, para conter dano de imagem. Uma vez que a acusação vazou no reality, o estrago potencial se multiplica: há recortes, memes, trechos fora de contexto e aquela avalanche de comentários que não dá para controlar.
Para o jogo, o caso grudou na narrativa da temporada. A tensão repaginou alianças, abriu novos conflitos e virou munição em provas e votações. Em reality de casais, a confiança é moeda corrente — e a suspeita pública de traição mexe com a percepção de força do par, dentro e fora do estúdio.
No campo jurídico, a tendência é a tramitação ocorrer em paralelo ao programa, com prazos que ultrapassam em muito a duração do reality. Em ações desse tipo, costuma-se pedir: retirada de conteúdos específicos, retratação, multa por novos ataques, perícia em postagens e, no cível, indenização. Se o juiz entender que as falas foram ofensivas e sem base, há chance de condenação. Se considerar que houve interesse público e verossimilhança com fatos, a balança pesa para a liberdade de expressão. Cada frase dita no ar vira uma peça do quebra-cabeça.
Vale notar que Victor tenta afastar o rótulo de infiel também por uma chave moral. Ao lembrar sua fé e o longo casamento, ele busca credibilidade para sustentar que não traiu. Isso conversa com parte do público, especialmente num país em que valores religiosos têm peso no debate sobre família e relacionamentos. Ao mesmo tempo, adversários no jogo usam essa mesma chave para expor supostas incoerências.
Rayanne, por sua vez, enquadra o episódio como perseguição e mentira que ultrapassou fronteiras do entretenimento. A aposta dela é a via judicial como mecanismo de freio. Nos bastidores, esse caminho costuma ter dois objetivos: fixar uma versão oficial nos autos e inibir novas falas — o famoso “fale e responda por isso”.
O desfecho, por enquanto, fica em aberto. O Power Couple segue em direção aos últimos capítulos com o tema ainda queimando pauta e alimentando torcidas. Fora do estúdio, as peças se movem no ritmo da Justiça, que não funciona como um confessionário de reality: exige documento, data, prova e responsabilidade sobre o que se diz. Até lá, o público segue assistindo a duas disputas ao mesmo tempo — uma pela premiação do programa e outra pela narrativa que vai colar do lado de fora.