Você já ouviu falar em consignação e ficou sem saber ao certo o que isso significa? A palavra aparece bastante nas notícias de comércio e finanças, mas muita gente ainda tem dúvidas. Neste texto vamos explicar de forma simples o que é consignação, como ela funciona, quais são as vantagens e os cuidados que você precisa ter.
Consignação é um acordo entre duas empresas: o consignante (o fornecedor) entrega os produtos ao consignatário (o revendedor) sem cobrar imediatamente. O revendedor só paga pelos itens que realmente vender. Os produtos que não saírem de estoque ficam de volta ao fornecedor, que pode recolhê‑los ou renegociar.
Esse modelo costuma ser usado quando o fornecedor quer ampliar a presença da sua marca, mas o revendedor tem medo de ficar com mercadoria encalhada. Também acontece muito em setores como moda, cosméticos e eletrodomésticos, onde as tendências mudam rápido.
Para o consignante, a maior vantagem é ganhar espaço nas prateleiras sem precisar convencer o revendedor a comprar estoque adiantado. Isso aumenta a visibilidade da marca e pode gerar mais vendas do que um canal tradicional.
Para o consignatário, a consignação reduz o risco financeiro. Ele não precisa desembolsar dinheiro antes de ver o produto girar. Se o item não vender, ele só tem que devolvê‑lo, evitando perdas.
Além disso, a consignação costuma trazer uma relação mais colaborativa entre as empresas. O fornecedor acompanha de perto o desempenho dos produtos, oferece treinamento e material de apoio, enquanto o revendedor tem acesso a novidades sem compromisso imediato.
Embora pareça ideal, a consignação tem pegadinhas. Primeiro, é preciso definir claramente no contrato quais são as responsabilidades de cada parte: quem paga o frete, quem cuida da reposição, qual o prazo para devolução, como será feita a contagem de estoque.
Segundo, o fornecedor deve ficar atento ao controle de inventário. Se a contagem não for precisa, pode perder dinheiro com produtos que parecem não ter sido vendidos.
Terceiro, o revendedor precisa analisar se tem capacidade de expor e vender os itens consignados. Um excesso de produtos pode acabar entulhando o ponto de venda e atrapalhar a experiência do cliente.
Por fim, a parte fiscal deve ser bem tratada. As notas fiscais de consignação têm regras especiais, e o cliente final só receberá a nota de venda quando o produto for realmente vendido. Ignorar essas normas pode gerar multas.
No cenário brasileiro, a consignação tem ganhado força com a expansão do comércio eletrônico. Muitas lojas virtuais recebem peças de moda em consignação para testar a aceitação antes de comprar em grande volume. Grandes redes de varejo também usam esse modelo para lançar coleções limitadas, reduzindo o risco de estoque encalhado.
Além disso, a legislação brasileira permite a consignação de bens móveis, mas exige que o contrato mencione a modalidade e as condições de devolução. Por isso, é sempre bom contar com assessoria jurídica ao fechar esse tipo de acordo.
Se você está pensando em adotar a consignação, comece com um piloto. Escolha poucos produtos, estabeleça metas de venda claras e monitore o resultado por alguns meses. Ajuste o contrato conforme a experiência e, se tudo correr bem, amplie o programa.
Em resumo, a consignação pode ser uma ferramenta poderosa para quem quer crescer sem assumir grandes riscos financeiros. O segredo está em fazer um contrato bem detalhado, controlar o estoque de perto e manter um diálogo constante com o parceiro. Assim, você aproveita o melhor dos dois mundos: mais oportunidade de venda e menos preocupação com o capital parado.
