Nas últimas semanas, você deve ter notado o calor escaldante no Sudeste e, logo depois, um frio inesperado no Sul. Essa variação brusca não é coincidência; são sinais de que o clima brasileiro está cada vez mais volátil. Vamos entender o que está por trás desses picos de temperatura e como lidar com eles no dia a dia.
Dois fatores principais explicam o fenômeno. Primeiro, o aumento das emissões de gases do efeito estufa eleva a temperatura média global, ampliando a frequência de ondas de calor. Segundo, o deslocamento de massas de ar – como o frio vindo da Antártida e o calor trazido por correntes tropicais – cria contrastes intensos em poucos dias. Quando essas massas se encontram, o resultado costuma ser um clima extremo que afeta cidades inteiras.
No Brasil, a região Norte costuma sentir mais calor devido à floresta tropical, enquanto o Centro‑Sul admite ondas de frio mais fortes por estar mais próximo de frentes frias. Mas o que antes era raro agora acontece com mais regularidade, e isso tem reflexos na agricultura, na energia e, principalmente, na saúde da população.
Temperaturas altas aumentam o risco de desidratação, insolação e problemas cardíacos, principalmente em idosos e crianças. Já o frio intenso pode desencadear crises de asma, hipotermia e agravar doenças respiratórias. Por isso, hospitais registram picos de atendimentos nesses períodos.
Do ponto de vista econômico, o setor agrícola sente a pressão: safra de soja pode ser queimada por calor excessivo, enquanto o frio pode danificar frutas sensíveis. Além disso, o consumo de energia sobe quando as pessoas ligam ar‑condicionado ou aquecedores, pressionando o sistema elétrico e elevando a conta de luz.
Mas nem tudo é desânimo. Existem medidas simples que ajudam a reduzir os efeitos das temperaturas extremas.
No calor: beba água regularmente, evite exposição ao sol entre 10h e 16h, use roupas leves e de cores claras, e mantenha a casa ventilada. Se precisar sair, leve um chapéu e protetor solar.
No frio: vista camadas que prendam o calor corporal, cubra cabeça, mãos e pés, e mantenha ambientes bem isolados. Um aquecedor elétrico pequeno é mais econômico que um sistema central.
Além de cuidar do corpo, fique de olho nas notícias climáticas. Serviços como o INMET fornecem alertas de risco que podem salvar vidas. Se houver aviso de emergência, siga as recomendações das autoridades locais.
Em resumo, as temperaturas extremas são uma realidade que chegou para ficar. Entender as causas, reconhecer os riscos e adotar hábitos saudáveis são passos essenciais para enfrentar esse novo clima brasileiro sem grandes prejuízos.